O conceito de ritualidade refere-se ao padrão de ações repetitivas que validam determinadas práticas culturais para um determinado grupo social, determinado, assim, o ritmo da vida cotidiana. Ou seja, as ritualidades são vetores essenciais de ordenação da experiência coletiva.
Atualmente, o ciberespaço representa o palco estrutural dos ritos contemporâneos, a subjetividade da época, uma realidade híbrida que reproduz o capitalismo em sua fase avançada.
No ciberespaço, nos deparamos com as ritualidades das redes sociais, fundamentalmente caracterizadas pela sua habilidade de se fazer e desfazer com velocidade ímpar.
Favorecidas pelo anonimato, as ritualidades das redes sociais refletem a (falta de) lógica da cultura pós-moderna. Isto é, sugere uma sensibilidade confusa, marcada pelo consumo desenfreado, que desemboca na fragmentação do cotidiano.
Isto porque a cultura pós-moderna favorece a comunidade de ocasião em oposição ao pertencimento a uma comunidade de origem. Como essas comunidades de ocasião não são mais constituídas a partir do contato de corpo presente, os vínculos tornam-se efêmeros, criados, desenvolvidos e mantidos por intermédio da rede.