O controle da produção de sentido da sociedade está estritamente ligado ao controle do consumo do tecido social.
Para isso, é preciso limitar a potência do imaginário a mera figura decorativa, que apenas reproduz a dominação vigente.
Assim, fixa-se um modelo de consumo no qual as pessoas são apresentadas como mercadorias perecíveis, descartáveis e precificáveis:
- No submundo, encoraja-se a naturalização de condutas perversas, do contato íntimo com as sombras da cultura, o rebaixamento total da consciência.
- Na vida cotidiana, por consequência, afloram emoções radicalizadas, discursos de ódio e narrativas de intolerância.
- Revela-se o modelo de negócios obscuro cujo objetivo é o lucro do proprietário invisível, gerado e alimentado pela miséria humana existencial.
- Todavia, a reprogramação do imaginário é cinicamente anunciada como “conexão” e “interação” entre pessoas, o que demonstra apropriação de significantes nobres da subjetividade humana e esvaziamento do seu verdadeiro significado.
- Contudo, o contrassenso fica evidente quando todas as empresas do submundo exigem a cessão dos direitos autorais, constitucionais e existenciais das profissionais em seus contratos abusivos. Afinal, se a proposta é, de fato, uma conexão entre pessoas, por que exigir de alguém a cessão dos Direitos Fundamentais?
Posto isso, lembremos: “o bem-estar de um lugar, qualquer que seja, nunca é inocente em relação à miséria de outro” (BAUMAN, “Tempos Líquidos”, p. 12).