Associar a existência humana ao “estar acessível em rede” significa anular o corpo e aniquilar o espaço e o tempo. Mas não somente. Revela também a estratégia atual de reprodução do capital.
Esta dinâmica se dá mediante relações tensionais e cíclicas que com uma mão produzem miséria e melancolia e, com a outra, oferecem soluções capitalizadoras baseadas na comercialização de recompensas instantâneas.
Isto indica que tanto o fomento da ansiedade quanto o seu apaziguamento passam a ser articulados no ambiente virtual e são controlados pelas mesmas empresas que dominam este território.
Em outras palavras, quem estimula a doença também administra o antídoto de tal sorte que quanto mais adoecida estiver a sociedade tecnológica atual, mais antídotos serão consumidos.
Portanto, quanto maior for o vício em “engajamento”, “seguidores” e “curtidas” maiores são as chances desses indivíduos nunca se darem da manipulação a qual estão submetidos e, em especial, do tanto de vida que estão entregando a essas empresas.