Vigilância algorítmica e reprogramação do imaginário social: códigos invisíveis do submundo

Palavras-chave: algoritmos; redes interativas; submundo; reprogramação do imaginário social; perversão e inversão.
Ano: 2021

O estudo em questão aborda o fenômeno da gradativa reprogramação do imaginário social causada pelos algoritmos e códigos invisíveis das empresas que controlam o submundo. A argumentação pressupõe que o sistema de símbolos que compõe o imaginário social esteja sendo destruído, remodelado e substituído por estímulos simulados que objetivam naturalizar a perversão (do homem contra a mulher) e a inversão (do homem contra si mesmo). A manobra é feita por meio de uma confusão semântica na ordem dos significantes, que confunde propositalmente “interação” com controle do outro e “empoderamento feminino” com sobrevivência financeira. 

Compreende-se por (i) reprogramação via perversão o incentivo que é dado ao homem para humilhar as mulheres na internet pagando ou não por isso. Já a (ii) reprogramação via inversão é definida pelos cenários de perversão nos quais o homem heterossexual paga para ser humilhado, chantageado e ridicularizado por mulheres na rede em tempo real. Assim, o problema prioritário deste estudo centra-se no questionamento sobre como este oligopólio de empresas tem for/matado tanto o afeto quanto a sexualidade da sociedade tecnológica avançada, direcionando-os tanto quanto possível para os seus próprios interesses econômicos, sem chamar atenção de (quase) ninguém.