A presente pesquisa versa sobre as relações entre comunicação, ritualidades e cultura digital. Nesse quadro temático, o objeto de estudo coincide com o recorte específico dos rituais cotidianos no ciberespaço. Com efeito, os elementos teóricos e práticos da pesquisa pressupõem definições mais cuidadosas:
- O conceito de ritualidade refere-se ao padrão de ações concretas, empreendidas em ocasiões particulares, para determinada finalidade.
- A cultura digital, por sua vez, é marcada pela cultura pós-moderna, caracterizada pela visibilidade mediática e articulada pelo contexto glocal (a saber, nem local, nem global, antes vertente híbrida de grandeza própria).
- Os traços prioritários dos processos sociomediáticos contemporâneos referem-se à lógica do excesso e da fragmentação, à ausência de finalidade e à incerteza estrutural.
- Já o ciberespaço é compreendido como território virtual de deslizamento de signos em tempo real, resultante do processo de digitalização da informação, esteio do capitalismo atual.
Com base em tais elementos teóricos e práticos, o problema de pesquisa diz respeito justamente à questão sobre como os rituais cotidianos são estruturados nessa ou por vinculação a essa rede digital.
A hipótese principal é a de que essas ritualizações fragmentárias são provenientes de; e confirmam um processo psicossocial (individual ou coletivo) de representação, motivação, organização e visibilidade, que se traduz nos modos de sentir, pensar e agir do sujeito na vida cotidiana.
Objetiva-se, portanto, investigar de que maneira os rituais se estabelecem no ciberespaço. Para tanto, o corpus da pesquisa privilegiará as redes sociais Facebook e Twitter.
Os procedimentos metodológicos envolvem pesquisa bibliográfica e/ou documental, com acompanhamento e reflexão crítica de processos, em atendimento ao perfil exclusivamente teórico da pesquisa. A articulação temática entre comunicação, ritualidades, cultura digital e ciberespaço foi cumprida com base no referencial epistemológico das teorias da comunicação, da mídia, do pós-moderno, da cultura virtual e do imaginário. Entre os autores vislumbrados destacam-se Anderson, Baudrillard, Bauman, Contrera, Eliade, Harvey, Morin, Peirano, Recuero e Trivinho.
Com essas características, a relevância da pesquisa justifica-se pela contribuição ao campo de estudo da comunicação e da cibercultura, a partir de um ponto de vista necessariamente tensional, vale dizer, mais criterioso e profundo, dentro do mencionado ramo temático.