A investigação dedica-se ao estudo da reprogramação dos afetos e da sexualidade da sociedade tecnológica atual fabricada pela indústria adulta no ciberespaço, com foco no setor de webcamming. A argumentação pressupõe que o oligopólio de empresas que controla este obscuro setor econômico — no Brasil e no mundo — está deliberadamente direcionando a afetividade e a sexualidade dos seus consumidores de acordo com seus próprios interesses comerciais a partir de estratégias de manipulação semelhantes às utilizadas por redes sociais, notadamente Instagram e Facebook.
Objetiva-se, portanto, apurar como a indústria de webcamming, especificamente, está usando esta mesma estratégia para manter adormecida a consciência crítica do seu público consumidor e domesticando as suas profissionais para que este espetáculo distópico aconteça em tempo real, alterando, assim, o modo de sentir, pensar e agir dos homens heterossexuais em suas experiências online e offline.