Reprogramação algorítmica da sexualidade

Palavras-chave: algoritmos; ideologia; direitos humanos; violência contra a mulher; reprogramação; submundo; cibercultura; imaginário
Ano: 2023

A indústria adulta digital é fundamentalmente caracterizada por um “horizonte de uma realidade programada na qual todas as suas funções — memórias, emoções, sexualidade, inteligência — tornam-se progressivamente inúteis” (BAUDRILLARD, 2001, p.43).

Tendo em vista que todas as funções humanas se tornam progressivamente inúteis no submundo adulto, o oligopólio cartelizado de empresas controla a produção e a circulação das performances eróticas hiper-reais na rede a partir de métricas comerciais.

Isso significa que cada passo da reprogramação algorítmica da sexualidade é cuidadosamente calculado pelos sites de pornografia, webcamming e packs eróticos.

Por isso, todos os dados do usuário são mapeados para serem gerados os feeds algorítmicos hipercustomizados.

Para tanto, as mulheres que trabalham nessas plataformas estão condicionadas ao modelo único de contrato de prestação de serviços, no qual é exigida a licença de uso vitalícia da imagem feminina para comércio entre todos os sites do cartel.

Posto isso, o artigo — de porte reflexivo — dedica-se ao desvelar do passo-a-passo da reprogramação algorítmica da sexualidade pelos sites adultos ordinários (isto é, sites visíveis pelos mecanismos de busca do Google, não se trata da deep/dark web).

Coluna da Pesquisadora no Portal Juristas:
https://juristas.com.br/author/priscilagoncalvesmagossi/