Com base no referencial epistemológico das teorias críticas da comunicação (Edgard Morin), da cultura digital (Eugênio Trivinho), do pós-moderno (Jean Baudrillard, Zygmunt Bauman) e do imaginário (Malena Contrera), constata-se que a época em curso é marcada pela troca do mundo físico pelo virtual de tal sorte que a economia, a cultura, a política, o afeto, a sexualidade, os valores sociais e a vida cotidiana em geral passam por um processo de negociação, distorção e apropriação desta nova dimensão espaço-temporal. Sendo assim, as experiências vividas no ciberespaço são muito mais do que simples ações inconsequentes na rede. O acontecimento online incorpora o universo digital e o transcende, retroagindo na vida offline dos seus usuários. Quando esta experiência deixa de ser individual e passa a ser coletiva, aquilo que é vivido na rede produz novos referenciais de valores e de atitudes, o que transforma radicalmente o parâmetro social de sentido, for/matando identidades. Posto isso, a argumentação objetiva demonstrar que, enquanto as redes sociais estão moldando os comportamentos sociais na rede diante dos olhos de todos, a indústria adulta digital está reprogramando a sexualidade sem (quase) ninguém perceber.