Do simulacro publicitário à reprogramação do imaginário social

Ano: 2023

O presente artigo dedica-se à demonstração sobre a inextricável relação entre o submundo da cibercultura e a violência contra a mulher. Na circunferência desta pesquisa, o submundo refere-se ao oligopólio cartelizado de sites de pornografia, webcamming e packs eróticos, regidos por mandantes ocultos do escrutínio público. A argumentação contempla a reflexão sobre o contrassenso entre o contrato de prestação de serviços (que condiciona a mulher à autorização vitalícia da sua imagem para circulação em qualquer site erótico da rede, bem como a impede de denunciar qualquer tipificação de violência nas plataformas) e a publicidade empresarial (que anuncia a vítima como protagonista do empoderamento feminino). Nesse sentido, o simulacro publicitário provoca a reprogramação do imaginário social, isto é, o curto-circuito entre a semântica e o significante do empoderamento feminino.