Entre as práticas mais violentas do submundo da cultura digital contra a mulher estão os “vibradores interativos” (vibe toys) e as “máquinas de penetração interativas” (fucking machines). Tratam-se de objetos mecânicos que ficam inseridos no corpo das mulheres que trabalham na indústria adulta digital (as vítimas internas), por diversas horas, durante o seu expediente de trabalho, à espera do controle dos usuários (as vítimas externas).
É possível associar esses instrumentos de tortura e as condições insalubres de trabalho do submundo à catástrofe inescapável à qual Zygmunt Bauman se refere em sua obra O medo líquido (2008), considerando que não há mais controle em relação ao modo como a tecnologia é usada pelos sites adultos.
Não há dúvidas de que essas empresas deglutinaram os direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal de 1988, bem como pisotearam sobre todos os limites da ética. Sendo assim, é uma urgência conter a ameaça deste oligopólio cartelizado de empresas que opera a partir de um conjunto de imperativos cuja a premissa básica é a violência contra a mulher celebrada como espetáculo distópico em tempo real.
Coluna da Pesquisadora no Portal Juristas:
https://juristas.com.br/author/priscilagoncalvesmagossi/