A violação dos direitos fundamentais da mulher pelo submundo da cibercultura

Palavras-chave: violência contra a mulher; submundo da cibercultura; reprogramação do imaginário
Ano: 2023

O presente artigo versa sobre a relação inextricável entre o submundo da cibercultura e a violação dos direitos fundamentais da mulher. Por meio da intersecção entre as ciências jurídicas e as ciências da comunicação, caminha-se em direção à defesa da democracia.

As descobertas científicas sobre o diagrama empresarial da indústria adulta digital são fruto de investigação de campo prévia. A jornada em campo para o mapeamento e reflexão crítica sobre o cenário em questão abarcou o período de 2015 a 2019 em território estrangeiro (Leste Europeu e América Latina, com destaque para Romênia e Colômbia) e o período de 2019 a 2021 em território doméstico (sobretudo no que tange às operações do monopólio oligárquico brasileiro de webcamming localizado em São Paulo).
Nesse sentido, a presente investigação apresenta relevância para as ciências humanas a partir da compreensão sobre o impacto do submundo na estrutura social como um todo, e mais precisamente, com foco na violação dos direitos sociais e civis da mulher de acordo com a Constituição de 1988.

Assim, a proposta deste artigo engloba:
(i) o modus operandi do oligopólio cibercultural do submundo;
(ii) a violência invisível do único modelo de contrato de prestação de serviços, que exige a licença vitalícia da imagem (fotos e vídeos) e do apelido da mulher; e
(iii) as capatazes evidentes e os mandantes ocultos que se encarregam de difundir as fake news sobre o submundo através de redes interativas, ameaçando as bases democráticas do processo civilizatório em curso.