Os termos de uso dos serviços das redes interativas condicionam os seus usuários à vigilância algorítmica. Ou seja, cada passo do indivíduo na rede é mapeado, processado e armazenado.
Com acesso a esses dados, o comportamento dos usuários na rede passa a ser estrategicamente conduzido a partir do dilúvio de imagens, vídeos e stories hiper-reais apresentado num feed hipersegmentado. O hiper-real é definido por J. Baudrillard como uma espécie de “mundo cópia”, esvaziado dos sentidos originais.
Isto significa que os algoritmos — códigos invisíveis — são fabricados por um oligopólio carterizado de empresas com o objetivo de:
- limitar a consciência crítica dos usuários,
- manipular as escolhas sem que percebam,
- gerar lucro para os proprietários das empresas que criaram esses algoritmos.
A problemática em questão é que a vigilância algorítmica remodela o sistema de símbolos que compõe o imaginário, aniquilando a sua potência criativa. Assim, o imaginário é reduzido à mera figura decorativa, que passa a reproduzir apenas o que essas empresas determinaram ser mercadorias de consumo: degeneração, radicalização e polarização do afeto.