Apreender a sociedade tecnológica como um todo significa desvelar tanto a dinâmica da superfície quanto do submundo do ciberespaço e da cultura digital, pois o acontecimento online retroage na vida cotidiana do sujeito offline, reprogramando a ideologia do imaginário.
Inúmeras pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento investigam os efeitos dos algoritmos e códigos invisíveis das redes interativas na subjetividade, na identidade, no comportamento e na mentalidade da época em curso.
Todavia, as redes interativas são apenas a ponta do iceberg no que se refere à matriz da ratoeira do curto-circuito do simbólico ao qual toda instância civilizatória está submetida.
O submundo do ciberespaço irradia confusões e oferta a degradação do ser humano (de si mesmo(a) e do outro) como mercadoria precificável e descartável por meio de imagens, textos e vídeos hiper-reais, causando uma corrosão — possivelmente irreversível — na ideologia do imaginário.
Apesar do impacto do submundo sobre todo o tecido social — na superfície do ciberespaço e na vida cotidiana — há profunda escassez de pesquisas científicas sobre a temática.
Justifica-se, portanto, a urgência da comunidade científica mapear e analisar tal objeto de estudo — em constante movimento.